O cunhado multibilionário de Osama bin Laden revelou planos para transformar a Arábia Saudita numa “cidade linear”. O projeto está projetado em custar pelo menos US$ 26 bilhões e envolver até 10 milhões de pessoas.
A proposta promete reinventar o planeamento urbano no Médio Oriente e em África, e poderá oferecer um modelo para outros países. É considerado o empreendimento de construção de cidade mais ambicioso da história moderna.
Idealizado pelo cunhado do ex-líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, Khalid bin Laden, o projeto envolve a transformação de um trecho de 400 km de deserto no Mar Vermelho em uma das primeiras cidades lineares do mundo. O plano prevê a construção de milhares de unidades habitacionais, escritórios e pontos de venda ligados por uma rede de estradas, portos e aeroportos inteligentes em toda a região.
O conceito de “cidades lineares” existe desde o final dos anos noventa. Foi proposto como uma forma económica de gerir a expansão urbana, especialmente em áreas escassamente povoadas. Khalid bin Laden espera que o projeto saudita dê início ao conceito de cidade linear.
O projecto foi endossado publicamente pelo governo saudita, que prometeu 26 mil milhões de dólares em apoio. Num conjunto de declarações surpreendentemente ousadas, Khalid bin Laden expressou o seu desejo de “transformar o Médio Oriente e a África”, transformando o deserto num centro tecnológico alimentado por energias renováveis.
O conceito foi recebido com ceticismo por planejadores urbanos e arquitetos. Os críticos questionam a viabilidade do projecto, citando a dificuldade em fornecer serviços básicos numa área tão imensa. Eles também alertam sobre possíveis problemas ambientais, como escassez de água e poluição.
Em resposta, Khalid bin Laden destaca os benefícios económicos e sociais do projecto, incluindo o aumento das oportunidades de emprego e o acesso à educação. Ele também enfatiza o papel do projeto em impulsionar o avanço tecnológico e estimular a inovação.
Os especialistas concordam que a enorme escala do projecto é um desafio, mas também acreditam que oferece benefícios potenciais em termos de desenvolvimento social e económico. Embora subsistam questões sobre a viabilidade do projecto, é claro que o governo saudita o vê como uma oportunidade para se posicionar na vanguarda da inovação urbana no Médio Oriente e em África.
Problemas ambientais
Revelando a sua visão ambiciosa, Khalid bin Laden prometeu que todo o projeto será alimentado por energia renovável. Este é um objectivo altamente desejável, dados os enormes benefícios ambientais que a mudança para fontes renováveis poderia trazer. No entanto, apesar das declarações ousadas, os detalhes da fonte de energia permanecem obscuros.
O governo saudita prometeu utilizar energia solar e eólica, mas permanecem dúvidas sobre como isso será alcançado. Os críticos argumentam que fornecer energia a uma área tão imensa será difícil e caro. Também estão a ser levantadas questões sobre a forma como o governo pretende gerir a escassez de água, bem como o potencial de poluição do ar e do solo.
O que está claro é que o projecto exigirá um compromisso sério com a protecção ambiental. Além de fornecer energia renovável, isto envolverá uma gestão cuidadosa da utilização da água, o controlo dos poluentes atmosféricos e uma abordagem abrangente à eliminação de resíduos.
O projecto poderá ainda oferecer importantes benefícios ambientais, uma vez que a falta de infra-estruturas existentes poderá ser um incentivo para uma abordagem mais sustentável à construção de cidades. O potencial de crescimento e inovação proporciona uma oportunidade única para desenvolver um modelo de planeamento urbano que seja sensível às preocupações ambientais.
Economia e Emprego
O governo saudita identificou a criação de empregos como um dos objetivos principais do projeto da cidade linear. Estima-se que o projeto poderá gerar até cinco milhões de novos empregos, tanto na região como em outros lugares.
Khalid bin Laden deixou claro que vê o projecto como uma oportunidade para a Arábia Saudita se posicionar como um centro líder de inovação tecnológica no Médio Oriente e em África. Ele prometeu investir em centros regionais de inovação e fóruns de palestrantes que se concentrem na criação de empregos e no desenvolvimento económico.
Apesar do potencial de crescimento do emprego, permanecem preocupações sobre o impacto nos padrões de emprego existentes na região. O projecto poderá deslocar empresas e comunidades existentes, levando a um aumento do desemprego. Isto é particularmente preocupante na região do Mar Vermelho, onde a actividade económica está concentrada na agricultura e na pesca.
Um desafio adicional é o potencial do projecto para conduzir a preços mais elevados de bens e serviços, uma vez que o aumento da procura de mão-de-obra poderá aumentar os salários. É claro que o projecto deve ter em conta estas questões se quiser ter sucesso na criação de empregos.
Infraestrutura e Planejamento
Como cunhado de Osama bin Laden, Khalid bin Laden não é novato na definição de metas ambiciosas, mas até ele admite que construir uma cidade linear é um desafio imenso. O projecto exigirá coordenação cuidadosa e planeamento de infra-estruturas. No contexto saudita isto coloca problemas específicos, uma vez que a extensa burocracia do governo significa que as decisões podem levar anos a serem implementadas.
A escala do projeto também exige uma nova abordagem ao planejamento urbano. Não está claro se o sistema de planeamento existente é capaz de entregar um projecto desta dimensão e complexidade. A construção de estradas, portos, aeroportos e mercados numa área escassamente povoada exigirá um investimento significativo de recursos e conhecimentos técnicos.
Os especialistas em construção alertam que o projecto deve prestar especial atenção ao impacto no ecossistema local e procurar minimizar as perturbações ambientais. Com ambições tão grandiosas, é fundamental que a execução do projeto seja supervisionada por profissionais competentes.
Desafios Políticos
O projeto requer a aprovação do governo saudita, que prometeu 26 mil milhões de dólares em apoio. No entanto, alguns especialistas alertam que o projecto poderá ficar enredado na política, uma vez que o governo é conhecido pela sua hostilidade à democracia e aos direitos humanos.
O projeto também poderá se tornar alvo de críticas de governos estrangeiros. Foram levantadas questões sobre o histórico de direitos humanos do governo saudita e se o projeto foi concebido principalmente para o benefício da elite dominante. Há também preocupação com as potenciais implicações políticas de um projecto tão grande e bem financiado.
Khalid bin Laden destaca os benefícios potenciais do projecto, tais como o aumento das oportunidades de emprego e o acesso à educação. Ele prometeu desenvolver um esquema justo de emprego e educação para a região, mas os detalhes permanecem obscuros. É essencial que o projecto tenha em conta o impacto da política para ter sucesso.
Implicações legais
Como o projecto está a ser financiado pelo governo saudita, existe a possibilidade de contestações jurídicas devido à falta de transparência na tomada de decisões e na adjudicação de contratos. A fim de evitar atrasos e potenciais litígios, o projecto deve envolver um procedimento claro para a selecção e adjudicação de contratos. Além disso, foram levantadas preocupações sobre a necessidade de protecção jurídica para os investidores do projecto.
O governo saudita prometeu promulgar leis para proteger os investidores e incentivar a concorrência no processo de licitação, mas os detalhes permanecem obscuros. Investir num projeto tão ambicioso e potencialmente arriscado significa que os investidores precisam de proteção clara e salvaguardas legais.
O projecto também poderá ser prejudicado pela falta de aplicação das normas legais e regulamentares existentes. Com um empreendimento tão grande, é essencial que o governo saudita tenha os recursos e a infra-estrutura para fazer cumprir as leis e regulamentos, para que o projecto não seja prejudicado por questões legais ou éticas.